Outros olhos veriam o mundo diferente.
Outros olhos; nãos os meus.
Outros olhos quem sabe nunca olhariam os teus olhos.
Outros olhos que olham os teus olhos não olham os teus olhos e nunca irão olhá-los como os meus.
Outros tentarão.
Outros morrerão.
Outros conseguirão.
E eu que não tentei.
E eu que não morri.
E eu que não consigo fazer com que a tua imagem saia dos meus olhos
esses malditos que me põe a te ver nas faces das outras.
Esses imprestáveis que pararam de ver o resto mundo depois que te viram.
Meus olhos não servem mais.
Bem-vindo a escuridão.
Bem-vindo ao mundo dela.
E eu que não queria mais.
E eu que não acreditava mais.
Eu que não pensava mais que ela existisse.
Leonardo Roat
Fios do Tempo busca o insondável. Faz tratados sobre as finitutes da vida. Examina, discute, ilumina. Rende homenagens. A primeira delas a Peter Brook, cuja autobiografia empresta seu título a esse blog. Fernando Pessoa, Pirandello, Tchecov também são alguns mestres que desfilarão suas letras por aqui. E farão companhia à sua lucidez e loucura, poemas, artigos e crônicas de próprio punho. Tentativas inacabadas de aprisionar a eternidade, de revelar fragmentos de mistério da existência humana.
terça-feira, 10 de junho de 2008
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Um comentário:
Acho que é um dos teus textos mais bonitos. Uma pergunta teima em sair da escuridão, mas quem disse que ouso iluminá-la?
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