terça-feira, 17 de junho de 2008



Houve um tempo onde acreditar bastava.
Onde acreditar era mais do que suficiente para ser.
Houve um tempo em que eu acreditava que acreditar era mais do que suficiente para ser o que eu acreditava ser.
Hoje...
Hoje não acredito mais que haja um tempo.
Não acredito que houve um dia que eu acreditava em mim.
Hoje não. Não acredito.
E acreditando que desacreditar seja o único jeito de ser aquilo que um dia acreditei que pudesse ser, acredito que haverá um tempo, ou pelo menos , o não acreditar de hoje me leva a acreditar que sim, haverá um tempo - talvez em algum espaço - onde acreditar ou não acreditar não façam a menor diferença.
E não desacreditando, desacreditaremos em tudo e em nós.
E nesse dia...
Não haverá nada.
O absoluto, o vácuo, o não existir serão exatamente tudo o que seremos.
E nesse dia...
O passado será o futuro.
E eu não acreditarei no que me tornei.
E acredite, desacreditado, partirei em busca de mim mesmo no hoje.
Mais nada.


Leonardo Roat

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